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domingo, 26 de fevereiro de 2012

Doce, doce amor (Jerry Adriani, 1971)

Duas versões de uma música, cantadas pelo mesmo artista? Isso mesmo. Mas vamos ver isso, só pra conferir a curiosidade por detrás dessa música...

Jerry Adriani estourou nas paradas de sucesso em 1972, com "Doce, doce amor", uma canção totalmente Jovem Guarda: singela, simples, fácil de tocar, etc... olha só:



Em 2007, o mesmo Jerry revisitou a música, com um arranjo totalmente diferente e bastante enriquecido, ainda que isso não seja difícil quando se trata de músicas da Jovem Guarda, na gravação de seu "Acústico ao vivo":


O detalhe sobre a música é que ela não é de autoria de Jerry, ou de nenhum de seus parceiros habituais. A música é de autoria de um certo baiano nascido em 1945, considerado - de forma muito justa - um dos precursores ou até mesmo o pai do rock brasileiro, ninguém menos que Raul Seixas. Conforme extraído do blog do próprio Jerry: "Raul veio para o Rio de Janeiro no início dos anos 70, a convite de Jerry, e a partir daí daria seus primeiros passos na consolidação de sua fama como mito do rock brasuca. É de Raul, ainda assinando como Raulzito, a balada acelerada “DOCE, DOCE AMOR”, feita por ele e Mauro Motta, que Jerry mandou às paradas em 1972."


O excelente Memorial Raul Seixas traz a seguinte história, sobre a letra da música: Lançada em 1971, Doce, Doce Amor foi um grande sucesso da época da Jovem Guarda. Assinada por Raul Seixas e Mauro Motta, essa música é um dos maiores sucessos de Jerry Adriani. Mas engana-sequem pensa que esta é apenas mais uma música melosa e alienada da Jovem Guarda.

Em 13 de dezembro de 1968, o Regime Militar instituiu o AI-5 (Ato Institucional N° 5), que dava poderes extraordinários ao Presidente da República e suspendia várias garantias dos brasileiros. Raul, que naquela época já se ligava em política, ficou prostrado com a situação. Segundo o próprio Jerry, Raul teria lhe apresentado Doce, Doce Amor logo na semana seguinte ao AI-5.

Nos versos da música, Raul lamenta a perda da liberdade: "Está fazendo uma semana que, sem mais e nem menos, eu perdi você. Mas não sei determinar ao certo qual foi a razão, meu bem. Vem me dizer". O Doce Amor perdido era justamente a nossa democracia.



Confira o post original do Memorial Raul Seixas, clicando aqui. E volte sempre, a gente agradece sua visita!





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